José Bonifácio 2x0 Nacional

A história começa no sábado, véspera do dia dos pais.
Minha esposa me deixara no Nacional, junto com meu filho, Pedro, para iniciarmos a viagem para o jogo contra José Bonifácio, pela estréia na segunda fase do paulista série B.
Pra variar um pouquinho, chegando sempre em cima da hora, percebi alguns olhares de recriminação, através do nosso diretor, e com razão.
A viagem, apesar de longa parecia tranquila...

Saímos do Naça as 12:40, com o Mosqueteiro IV e seu motorista Chicão. Andamos muito bem, nua ótima toada, um pequeno pit stop em São Carlos pra dar uma esticada nas pernas.
Em menos de 4 horas e meia já estávamos em São José do Rio Preto, desembarcamos no hotel Nacional Inn, que aliás nos oferecia uma ótima cama e uma ducha deliciosa.
Jantar servido as 19h, ficamos pelo saguão do hotel, lanche servido as 21:30hs.
Depois foi a hora de jogar conversa fora, contar, no meu caso,mais ouvir histórias e estórias dabola, através do velho Vamp e principalmente do hilariante Pita, esse é certeza de risada na certa.
Histórias e estórias como o do macaco que teve seu rabo cortado, do papagaio que caiu na panela de feijão, fizeram com que entrássemos madrugada a dentro rindo muito.
Me surpreendi ao saber que Vampeta se mostrou um noveleiro de primeira.

Com os olhos já pesados, após 2 plantões seguidos, resolvi subir pro quarto, relaxar com uma bela ducha e aproveitar aquela cama gostosa. Ainda contive o sono pra conferir o nosso maior lutador de UFC no momento, Anderson Silva, manter seu cinturão e a invencibilidade de quase 4 anos, fez uma luta irreconhecível, mas conseguiu há segundos do fim, finalizar seu oponente, Chael Sonnen, foi muito vibrante.

No outro dia, a cama,novamente me prendia e não deixava descer para o café.....tudo ia bem, até que as 8hs da manhã, nosso preparador de goleiros Denis, após bater no quarto errado, é, havia incomodado Vampeta instantes antes, a minha procura, resolveu pedir uma ''fitinha'' para sua bolha no pé, dizendo que ia pra academia. Notou nossa reprovação e com um olhar de paisagem informou que o café estava ''fera''. Ele e seu café foram devidamente encaminhados.

Já que o almoço não poderia ser perdido, levantei-me, novamente uma bela ducha, e descemos para a beira da piscina a espera do almoço, que como sempre, nesses hotéis do interior, são sensacionais.
Ainda dava tempo de uma descansadinha até a saída para José Bonifácio.

Tudo ia muito bem e parecia que a viagem seria tranquila.
Chegamos ao nosso destino, uma cidade pequena, a cerca de 50 km de SJ Rio Preto, com um sol pra cada um, tem como sua vizinha Badi Bassiti, sempre tive curiosidade sobre essa cidade.

O estádio, pequeno, vazio ainda, lembrava muito o daminha cidadenatal, Boituva, na AAB, com as cores do tricolor do Morumbi.
Em instantes o publico chegou, bem típico de jogo de interior, com pipoca na beira do gramado, um aparelho de som entoava o hino bem ao lado do alambrado, e a torcida Serpente Tricolor, marcava presença.
O publico se dividia em assistir e apoiar o time local e provocar Vampeta, que sempre solícito, mostrava sua simpatia a todos,distribuindo aotógrafos e tirando fotos com os locais..
Quanto ao jogo, bom, não nos encontramos, mentira, no começo parecia que o jogo seria favorável a nós, mas em um descuido , tomamos um gol de cabeça logo aos 23 do primeiro tempo, e ainda atordoado, levamos o segundo.
Perdemos nosso primeiro volante, com um corte profundo em sua cabeça, que me fez gastar boa parte do jogo prestando seus cuidados, nem deu tempo de ver a expulsão de nosso zagueiro. Com um a menos ainda voltamos pro segundo tempo tentando alguma coisa, mas foi em vão. Não acontecia mais nada no jogo, final 2x0 para o time local.
A primeira rodada termina com José Bonifácio na primeira colocação com 3 pontos, ECUS e Inter de Bebedouro com 1 e Nacional com nenhum ponto.
Precisamos de uma vitória a qualquer custo em casa, na próxima quarta-feira, a tarde contra o Inter de Bebedouro.

No retorno para São Paulo, o abatimento normal de uma viagem longa carregando uma derrota na estréia na bagagem.
Paramos para o jantar em Cedral, no Ypê Park Hotel, nem Pita com suas estórias estava disposto a nos alegrar.
A viagem de volta pareceria curta, chegaríamos em um bom tempo no Nacional, mas.............na altura de Araraquara, as 21hs, eis que quebra o onibus, algum problema no motor, nos deixou na mão, por sorte, bem em frente a um posto rodoviário.
Nada a fazer a não ser esperar, um outro onibus de uma empresa particular fora solicitado, mas a espera seria longa.

Vampeta, então lembrou-se de um parceiro, que morava em Araraquara, atendeu o seu chamado e foi nos amenizar o sofrimento com alguns bebes.
Até 1h da manhã, esperamos nosso novo veículo, pelo menos com a garganta molhada.
Em nenhum momento, nosso treinador e nosso diretor apresentaram um sinal de mau-humor com tudo isso. Pra mim, valeu-me como lição e também uma história única que carrego comigo.
Assim terminou mais um dia dos Pais, esse pra mim, inesquecível!