terça-feira, 19 de outubro de 2010

Psicólogo critica Felipão

Felipão é criticado por psicólogos do esporte

Segundo João Ricardo Cozac, especialista em psicologia esportiva, Felipão expôs junto a mídia, o atual elenco palmeirense, com críticas 


"O Felipão está precisando rever o seu estilo de liderança. Às vezes, técnicos mais experientes, como também o Wanderley Luxemburgo e o Emerson Leão, acabam pecando pela falta de flexibilidade, necessitam de uma atualização de comando", alerta o atual presidente da Associação Paulista da Psicologia do Esporte e vice-presidente da Sociedade Brasileira de Psicologia do Esporte, que vai além. 

"Há um reflexo imediato em atletas quando o treinador bate de forma pública. Depende do perfil. Algumas equipes reagem positivamente, outras podem desenvolver o declínio da autoestima, segurança, tanto individual como coletiva. Não acho recomendável o técnico dar broncas, criticar publicamente os seus atletas", emenda Cozac, que já trabalhou em clubes como Goiás, Cruzeiro e o próprio Palmeiras, em 2005. 


"Os atletas que leem todas essas críticas podem sofrer com um declínio de confiança, além do aumento dos níveis de pressão emocional", reforça Cozac. 

"A liderança como exemplo é a mais aconselhada. Não é recomendável que o treinador perca calma e a compostura como ocorreu, por exemplo, com o Dunga na seleção brasileira. O estado de desequilíbrio emocional no comandante pode trazer problemas até no desempenho da equipe", explica. 

No projeto estipulado no Palestra Itália, Luiz Felipe Scolari reeditou a parceria com a psicóloga Regina Brandão. Porém, Cozac diz que sua colega deveria ter uma participação mais ativa na comissão técnica do Palmeiras para realizar um trabalho próximo ao grupo de atletas. 

"O Felipão utiliza a Regina para mapear perfis dos atletas. O clube deveria ter uma rotina de acompanhamento, trabalhar essa questão da motivação. Só o mapeamento de perfil não adianta", avisa. 

João Ricardo Cozac considera perigoso o excesso de "poder" a Kleber no grupo do Palmeiras, levando-se em conta até a personalidade explosiva do atleta, conhecido por algumas polêmicas dentro dos gramados com adversários. "A cultura do futebol já apresenta naturalmente o mecanismo de favorecimento individual que cria insatisfações. Quando você atribui a um atleta a responsabilidade, a necessidade de chamar a atenção dos demais pode gerar um mal-estar dentro do grupo, todos os atletas desejam receber a mesma importância, ter o esforço reconhecido", preveniu o psicólogo.


Fonte: globoesporte.com

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